Agora, dando início aos meus "achismos", começo a indagar o que são opostos.
Nossa percepção sobre opostos teve início na infância (pelo menos no meu caso), quando a mãe da gente calava a nossa boca "infanto-questionadora", se perguntávamos porque nosso irmão podia ir brincar na rua e nós tínhamos que ficar em casa, com a simples frase: "Por que ele é HOMEM!"
Graças à Deus, hoje os tempos são outros!
Nossas filhas já podem jogar bola sem serem chamadas de "lésbicas" ou "mulher-macho" e nossos filhos já podem fazer aulas de dança sem serem chamados de gays ou piores denominações.
Correndo o risco de ser PROLIXA (=enfadonha, cansativa), vou contar uma história:
"Certa vez me assustei numa clínica, com um pai, na sala de espera, que aguardava o seu filho ser atendido, juntamente com sua esposa. Na sala haviam muitos brinquedos. A certa altura, o menino que deveria ter uns 11 meses ou menos, se interessou por pegar uma Mônica-bebê que estava ao lado da mãe dele na cadeira e começou a brincar com a boneca. A mãe, acho que não viu nada demais na cena (como, de fato, não havia), pois deixou o filho com a boneca. O pai, que havia se afastado, voltou e viu o menino com a boneca.
Pôxa vida! Nunca vi uma pessoa gritar tanto por tão pouco!
Ele esbravejava com a mulher, perguntando se ela estava cega que não estava vendo o menino brincar de boneca, se ela queria que o filho fosse "gay" (não foi bem esse o termo que ele usou, mas vou suavizar aqui), etc!
Das duas, uma:
* Esse cara tinha um trauma muito grande de infância porque a mãe não comprou aquela boneca Susi pra ele no Natal e no lugar deu-lhe um boneco Falcon;
*O melhor amiguinho dele (por quem ele tinha uma paixão platônica) descobriu que ele dava muita pinta e quiz se afastar dele, por isso ele resolveu se enrustir e tentar parecer com algo que ele achava ser um "Macho".
Senão que outra explicação para a cena que ele tinha antagonizado naquele momento?
Se a Bíblia afirma que somos todos filhos de Deus e se a Constituição Federal diz que perante a lei somos todos iguais , porque fazer um carnaval tão grande numa circunstância tão simples?"
Estamos preparando seres-humanos pra um mundo que não conhecemos bem, mas que esperamos que seja bem menos violento do que o que estamos vivendo, este seria o maior motivo pra tentar-mos passar por cima de toda uma cultura arcaica que ensina que a mulher tem que brincar de boneca e o homem de carrinho.
Se nós ensinar-mos nossos filhos a se unir nas horas da brincadeira, eles também se unirão num momento em que um precisar ajudar o outro como ser-humano, não como homens e mulheres, cada qual no seu quadrado.
Ensine-os que devem ser amáveis uns com os outros e que ninguém é superior à ninguém.
Perca o medo de que, com isso, seu filho ou filha venha ser o que você não deseja!
Ele ou ela já vai sofrer muito com todo o preconceito que vai enfrentar da sociedade, então porque você também deve fazê-los sofrer?
Seja pai ou mãe incondicionalmente!
Um grande beijo e uma ótima semana à todos (COM MUITA HUMILDADE e HUMANIDADE!)!