Uma coisa na vida é certa, que, desde a obra-prima
do escritor Robert L. Stevenson –O Médico e Monstro-, ou
até mesmo antes, a humanidade passou a prestar mais atenção nos dois lados que
existem dentro de cada um de nós. Alguns de nós ainda têm a humildade de enxergar
e assumir isso como sendo uma falha comum que acompanha seu “equipamento”, outros,
como os “macacos que não enxergam seus próprios rabos”, só conseguem ver essas falhas
nos que estão a sua frente.
Se eu falar aqui o nome de José Datrino pouquíssimas
pessoas ou quase ninguém saberá de quem se trata. Já quando pronunciado o nome GENTILEZA,
muitos saberão que falo do conhecido “profeta”paulista, que viveu e espalhou
suas palavras de bondade e sabedoria na Cidade do Rio de Janeiro. Todo mundo
que conhece seu nome, sabe que ele foi tido como louco porque pregava pelas ruas
do Rio e a partir de 1980, começou a registrar em 56 pilastras do
viaduto da Avenida Brasil (que vai do Cemitério do Caju até
Terminal Rodoviário do Rio de Janeiro numa
extensão de +ou- 1,5 km) as suas gentis pregações.
Mas como todo são tem
seu lado louco, o profeta que consolou dezenas de pessoas que perderam seus
entes num incêndio que ficou conhecido como "Tragédia do Gran Circus Norte-Americano”, que
viveu e cuidou do jardim que plantou sob as cinzas do mesmo local onde ocorreu
a tragédia e que, por sempre usar certos termos, ficou conhecido como “José
Agradecido” e “Profeta Gentileza”, dizem as pessoas que conviveram com o mesmo,
também era “agressivo, moralista e desbocado” (não entendo como uma pessoa
desbocada pode ser moralista! rs) Alguns até afirmam que ele chegava a ofender
e ameaçar transeuntes e que muitas vezes
era necessário ser contido pela polícia. Suas “vítimas” preferidas eram quem
usasse mini saias, calças justas, saltos, cabelos curtos e maquiagens pesadas. “A
maioria da população, principalmente mulheres e crianças, fugia com medo dele” ("Jornal do Brasil" de
21/02/2010). Segundo os autores do artigo, a imagem que se formou após a
sua morte não corresponde às lembranças dos que conviveram com ele durante os
anos 1960 e 1970.
Mas aí que entra
a máxima que “De médico e de louco, todo mundo tem um pouco!” Ninguém é
totalmente bom ou totalmente mal. Há aqueles que ficam conhecidos por suas
maldades, como os que ficam conhecidos pelo bem que prestaram enquanto aqui
estiveram. Em suma, ninguém consegue praticar o mal ou o bem o tempo todo,
segundo suas próprias convenções, seus próprios tabus, porque as ideologias de
um sempre serão diferentes das do outro. Isso não transforma ninguém em mais ou
menos perfeito, apenas mais ou menos HUMANO.
Afinal, como diria uma de
suas mais célebres mensagens: Gentileza gera gentileza! Será que ele não seria só um homem, tentando ser perfeccionista?!